quarta-feira, março 31, 2004

Amizade II

"Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade"

Fonte: "Cem Anos de Solidão"
Tema: Amizade

É preciso pensar



Hoje estava eu a caminho de mais uma jornada de estudo, e como habitual encaminhei-me para o palacete da OA, mas hoje ia com particular atenção ás ruas esburacadas e empoeiradas da minha cidade, transeuntes caminhavam frenéticamente para cima e para baixo abstraídos do mundo, com seus cerebros cheios de seus problemas quotidianos, não vendo nada em frente, os prédios encontravam-se num silêncio soturno, só interrompido por conversas de varanda de vizinhas acerca da última cena de uma qualquer novela. Por seu lado os estudantes, que deveriam ser do Técnico encaminhavam-se silênciosamente para as suas aulas, num passo lento e desinteressado, de rostos cansados e perturbados, não entendi muito bem porquê, talvez tivessem algum teste para o qual não tinham estudado, continuei meu percurso de passo lento e atento, com alguns policias me cruzei, também eles muito entretidos com o seu livro de multas e seu guia da cidade, concerteza a preparar a boa acção dia, suas caras não inspiravam confiança, um deles tinha uma cara de um vilão saído dos filmes de terceira categoria de holiwood, mas lá continuei meu caminho Alameda a baixo, quando me deparei comigo a pensar sobre a amizade, na felicidade que é a verdadeira amizade, e na maravilhosa conclusão a que meus cansados neurónios chegaram, na realidade por mais problemas e zangas que duas pessoas possam ter, se houver de ambas uma verdadeira amizade tudo é suportavel, até mesmo o mais grave dos defeitos, a traição e a mentira, pois nessa mesma manhã tinha compreendido isto, aliás coisa que nunca duvidei, mas que no entanto andava turvo na minha cabeça, e com estes pensamentos, coloquei um sorriso nos lábios e com mais vontade ainda, continuei meu caminho. Entrei no metro, por muitas pessoas passei, que mais pareciam bonecos sem reacções, talvez automatos a acotovelarem-se para entrar no transporte subterraneo, mas lá com sacrificio eu e meu manual conseguimos entrar dentro do metro, seguindo caminho, conversas poucas ouvi, apenas os resmungares das senhoras da sociedade, ou pensam elas que são, a queixarem-se dos apertos. Por fim, depois de tormentosa viagem cheguei ao meu desejado destino, entrando agora noutra paisagem, uma linda praça do Rossio, plantada de pessoas de todas as raças e credos, conversando frenéticamente, esperando não sei bem o quê, vendedores de rua vendendo os seus últimos guarda chuvas, advinhando as últimas chuvas de Inverno. Entretanto fui ao meu estudo, que tive de partilhar com o barulho das obras, tendo aí passado três produtivas horas, terminado vim-me embora voltando à confusão da urbe, e pensando na cidade que temos, e o que temos na realidade?, cidadãos que não passam de automatos, virados apenas para os seus problemas quotidianos, vizinhas que passam as tardes a discutir as ultimas cenas das novelas, guardas entretidos com as multas e os turistas, estudantes com pouca vontade de estudar, uma cidade cheia de outras raças e credos, e cheia de desrespeito civico e intelectual, situações que me deixam a pensar como cidadão preocupado, que me deixam triste e amargurado, tudo isto quando apenas queria ir estudar um pouco o meu manual, mas no entanto meu espirito é incapaz de não ver o que me rodeia, talvez seja esse o problema da minha sociedade, da minha comunidade, mas logo de seguida meu espirito se renova de alegria, quando penso no dia de hoje, e sei que a amizade pura sobreviveu ao mais duro dos testes, e enquanto tiver e tivermos amizades puras e desinteressadas, poderei e poderemos continuar a caminhar alegre, livre e entusiasticamente pelas ruas da minha e da vossa cidade.

PS: Não dá tudo isto vontade de pensar e reflectir?, mas será que todos ainda o conseguirão fazer? conseguirá alguém viver sem amizades puras?conseguiram as pessoas viver muito mais tempo abstraídas do mundo?...bem, muitas mais questões podia colocar aqui...quero ver se alguém tem coragem de deixar algum comentario, se tem o intelecto suficiente para pensar nestas coisas, umas mais directamente apreendidas que outras...é um desafio...será que o aceitam?

terça-feira, março 30, 2004

Estudar...

"Passar muito tempo a estudar é preguiça "
Fonte: "Ensaios"
Autor: Bacon, Francis


"O excesso de estudo provoca erro, confusão, melancolia, cólera e fastio "
Fonte: "Lettere"
Autor: Aretino, Pietro


"O estudo é para ser efectuado com calma, com tempo, com concentração e sempre com espirito critico"
Autor: O Próprio [Rui]

segunda-feira, março 29, 2004

A Verdadeira Morte é a Decadência



-Nunca se faz nada da vida.
- Mas ela faz alguma coisa de nós.
- Nem sempre... O que espera você da sua?
- Penso que sei sobretudo o que não espero dela...
- De cada vez que você teve de optar, não se...
- Não sou eu que opto: é aquilo que resiste.
- Mas o quê?
- À consciência da morte.
- A verdadeira morte, é a decadência. É tão mais grave, envelhecer ! Aceitarmos o nosso destino, a nossa função, a casota de cão erguida na nossa vida única... Não se sabe o que é a morte quando se é novo...

André Malraux, in "A Estrada Real"

O NÃO à direita



Esta é a resposta que está a ser dada aos partidos de direita por toda a europa, primeiro foi a Espanha, agora foi a França, e neste caso não se pode atribuir a culpa à ALCAEDA, quem será o próximo??? Portugal...em Junho se verá...

Vitória da Esquerda



A França virou definitivamente à esquerda, com uma vitória estrondosa da coligação de esquerda sobre a coligação de direita, o que dá que pensar, esta vitória representa o falhanço das politicas de direita. Mas vejamos alguns dos numeros para atestar esta conclusiva vitória. Das 22 regiões a esquerda venceu em 20 delas, das 14 regiões detidas pela direita perdeu 13 delas para a esquerda. Sem qualquer tipo de duvidas, estamos perante uma mudança completa do poder para a esquerda a nível regional. Resta agora saber o que acontecerá ao nível de governo, durará muito mais tempo o governo do sr. Raffarin?, tudo leva a crer que sim, mas a pressão será enorme face a este tremendo descalabro nas eleições regionais, quando se sabe que em termos globais a direita atingiu apenas os 38% face aos 50% da esquerda, não à duvidas quanto à derrota da direita francesa inoperante.
Está a nascer um novo socialismo por essa europa fora, um socialismo novo, livre de ideologias ultrapassadas, virada para os problemas da sociedade, e que pretende realizar as reformas que a direita não foi capaz de realizar, enfim é o renascimento da Esquerda.
No entanto os factos não ficam por aqui, o perigoso Le Pen, da extrema direita francesa recuou a sua votação em relação à primeira volta, tendo-se ficado pelos 14 %, facto que apesar de tudo é ainda preocupante, mas não tão grave como se esperava.
Por fim é de salientar que a obstenção se ficou pelos 35%, facto que é de salientar e de referir a uma sociedade como a nossa, que se abstem em demasia, num alheamento excessivo relativamente aos problemas do país.

Pensamentos

Há vinte cincos de Abril sempre que o Homem queira

PS: Como as coisas estão hoje em dia, estamos a precisar de um novo 25 de Abril, ou pelo menos de um novo espirito, de uma nova visão sobre o actual estado da nação, sob pena daquilo que foi conquistado, seja perdido.

sábado, março 27, 2004

Pensamentos

"Os politicos só têm de presumir o presumivel, mas mesmo assim erram"

Rui Ferreira

PS:Esta é mesmo minha...

sexta-feira, março 26, 2004

Ponte Hintze Ribeiro



Chegou ao fim o processo da já famosa ponte entre-os-rios, ponte Hintze Ribeiro, e não sei porquê não estranho a decisão da justiça portuguesa, que foi nada mais, nada menos do que culpar os factores naturais por este desastre, e como todos devem imaginar, é literalmente impossível levar as causas naturais ao banco dos reus, o que equivale dizer que não haverá julgamento, visto que não há reu. Isto pode parecer piada mas não é, a verdade é que nem engenheiros, nem institutos de conservação, nem politicos vão ser levados ao banco dos reus, parece que mais uma vez a culpa vai "morrer solteira", ou melhor, quem fica com as culpas todas são as causas naturais...interessante, visto que nem sequer se fala de negligência, é este o país que temos e é esta a justiça que temos, em que se culpa causas naturais. Diga-se aliás em abono da verdade que é o arguido perfeito para muita gente, que assim pode andar por aí descansado, o pior são as vitimas do trágico acidente, e mais ainda os familiares que ficaram cá para sofrer com o facto, decerto que não se irão conformar, mas como poderão condenar as causas naturais?, quando face ao direito esta não poderá ser levada a tribunal visto não ter forma jurídica.

Sem comentários



«Sejam quais forem as nossas posições sobre o Iraque, hoje temos de pensar em termos de alternativas. E a alternativa à presença internacional é o caos»

Por mais estranho ou não que possa parecer quem disse esta frase foi o primeiro ministro português José Manuel Durão Barroso. Daqui apenas posso tirar a conclusão de que o nosso primeiro ministro está a reconhecer nem que seja implicitamentedo o erro que foi a interveção no Iraque, mas no entanto ainda foi pouco directo, se houver alguma dignidade nestas coisas da política, e diga-se em abono da verdade que já não há muito pouca, o senhor Barroso deveria claramente vir dizer a todos os Portugueses que errou ao apoiar tal iniciativa, que os pressupostos em que acentou a intervenção no Iraque nunca se confirmaram. Mas se antes isto chegava, agora já não chega, terá igualmente de reconhecer que este acto de "Terrorismo Internacional", que também o é, apenas provocou um agravar do terrorismo islamico, colocando numa posição muito delicada o continente europeu, e para finalizar o nosso primeiro ministro em conjunto com o restante grupo dos Açores, deverá solicitar permissão da ONU para permanecer no Iraque e promover a democratização do país, processo esse que deverá passar para o comando das Nações Unidas, visto que neste momento estamos perante uma invasão ilegal e ilegitima, do qual ninguém me te tira do raciocinio que foi promovida essencialmente por motivos económicos e estratégicos, por um lado para controle das fontes petroliferas iraquianas (não sendo de estranhar a posição que neste processo tomou a França e a Russia, pois são empresas destes países que exploram as jazidas de petroleo iraquiano), e por outro lado, pelo facto do Iraque ter uma posição geo-estratégica muito importante, visto que está junto a países como a Siria e o Irão.

PS: Será que o nosso José Manuel Durão Barroso foi assim tão ingénuo???

quinta-feira, março 25, 2004

Pensemos...

"Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal "

Maquiavel, Niccolo

PS: Bem isto dá que pensar, eu diria mais, quando fazemos coisas boas e produtivas, sofremos a inveja e a raiva dos outros, e por esta via somos odiados, tal como se fizermos o mal seremos igualmente odiados, o que neste caso será mais compreensivel. Mas como se disse isto dá que pensar, porquê praticar o Bem?? o que ganhamos com isso??...eu tenho a minha resposta...mas procurem dentro de todos vocês a vossa resposta, que só pode ser encontrada no intimo de cada um.

Tiros nos pés



Em plena campanha eleitoral nos EUA, rebentou uma autentica bomba política com efeitos imprevisiveis, pois o antigo responsável pela política anti-terrorista do governo de Bill Clinton, o senhor Richard Clarke, que foi à comissão que investiga o 11 de Setembro dizer que o governo de George Bush a quando da tomada do poder teria sido informado dos perigos de uma possível acção terrorista, não tendo na altura considerado o assunto importante, o referido Richard Clarke afirmou que o governo de Bush quanto ao perigo de um ataque iminente, considerou que o mesmo não era de extraordinária importância, apenas de relativa importância. Tal como acusou os serviços governamentais de terem negligenciado as informações deixadas a quando da sua saída, e de posteriores informações do FBI, por se tratarem estes de uma simples policia. Bem, as consequêcias estão há vista, pois o senhor anti-terrorista, e da guerra contra ao Iraque, caíu no seu próprio erro, e na sua sobranceria, numa atitude de desvalorização das organizações terroristas islamicas, do qual o Povo americano pagou a factura. Todas estas noticias cairam nos EUA como uma bomba deixando o Sr. Bush numa posição muito delicada, enfim mais um ponto a favor do sr. Kerry. Parece-me que acima de tudo desvalorizou as potencialidades dos grupos extremistas, o que não é de estranhar face à sua ignorancia a nivel de politica internacional, todos se devem recordar da sua falta de conhecimentos, tendo por outro lado encetado uma guerra pessoal contra o Iraque, sem qualquer tipo de justificação.

PS: Os mais interessados podrerão consultar esta página para aprofundar conhecimentos: The economist


Citações

"O último direito do Homem é o direito ao Direito"

Hannah Arendt

Educação

Falemos de um dos factos mais importantes para a sociedade, a educação e o estado em que ela está, e á primeira vista não anda por “boas marés” por assim dizer. Mas primeiramente devemos saber se a educação é importante ou não, é evidente que sim, quer para a evolução do Homem, quer para a evolução da sociedade, é essencial para o desenvolvimento a todos os niveis, como afirmou Jonh Dewey, “A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”, por isso a educação nunca deverá ser menosprezada, porque a educação visa melhorar o homem, só que como diz Carlos Drumond “...nem sempre é aceite pelo interessado”. Esse facto sim deve ser combatido por todos, não outros que são de menor importância, como sejam as propinas, no qual ano após ano são contestadas tendo por base um erro de interpretação constitucional, no qual terei mais tarde oportunidade de reflectir. Parece-me neste campo que o que está fundamentalmente errado é o facto de o aumento das propinas servir para compensar a diminuição da dotação orçamental para o ensino superior, isso sim é da maior gravidade, e justificaria todas as formas de luta legais, não a abolição puro e simples das propinas. As mesmas em meu entender só deverão desaparecer a quando da extensão da escolaridade obrigatória para o ensino superior, que não se afigura que venha a suceder nas próximas décadas, talvez daqui a uns 50 anos. Mas tendo o ensino essa vertente de formação de pessoas, e por consequência de caracteres, deve a mesma ser exigente, como o é por exemplo na Faculdade de Direito de Lisboa, sendo para qualquer aluno daquela instituição um orgulho poder um dia dizer que por lá passou. Assim e como o disse Séneca “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”, por tal esta necessidade de exigência, para que se formem verdadeiros caracteres, evoluídos intelectual e socialmente, para poderem mudar e fazer evoluir a sociedade, mas no entanto também devemos atender às palavras de Oscar Wilde que nos diz que muitas das coisas que devemos saber não podem ser ensinadas, em consequência devemos ter um espirito aberto e critico, sabendo que para se atingir esse estado é necessário em primeiro lugar ter uma formação correcta e completa, não nos esquecendo nunca que “é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade

O mestre disse: Por natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta”, por esta singela frase se deve entender a importância da educação.

quarta-feira, março 24, 2004

Erros da Inteligência e do Coração

"Os erros e as dúvidas da inteligência desaparecem mais depressa, sem deixar rasto, que os erros do coração; desaparecem não tanto em consequência de discussões e polémicas como graças à lógica iniludível dos acontecimentos da vida viva, que ás vezes trazem consigo o verdadeiro escape e mostram o caminho adequado, senão logo, na primeira altura, num prazo relativamente breve, em certas ocasiões, sem haver necessidade de se esperar pela geração seguinte. Com os erros do coração o mesmo não sucede. O erro do coração é de maior monta; significa que o espírito frequentemente, o espírito de toda a nação, está doente, sofre de qualquer contágio e não poucas vezes essa enfermidade, esse contacto, implicam tal grau de cegueira, que toda a nação se torna incurável... por mais tentativas que se façam para a salvar. Pelo contrário, essa cegueira desfigura os factos a seu talante, deforma-os segundo as delirantes visões do espírito doente e até pode suceder que toda a nação prefira ir para a ruína conscientemente, quer dizer, conhecendo já a sua cegueira, a deixar-se curar... pois já não quer que a curem".

Fiodor Dostoievski, in "Diário de um Escritor"

o erro de Soares

O Dr. Soares foi à televisão tentar justificar o injustificável acerca da sua impensável teoria de negociação com a ALCAEDA, tal facto merece-me um comentário. Caro camarada Soares, teria sido melhor reconhecer o erro de tal opinião do que continuar a insistir em tal ideia, é uma atitude que demonstra mais fraquezas do que virtualidades, o ser humano tem de saber reconhecer o erro, porque se virmos bem seria errado ir para uma negociação numa posição tão frágil, tal facto apenas favoreceria a posição da ALCAEDA. Temos de ser inteligentes para entender que essa nunca será a solução...Qual será a solução também não sei, mas essa concerteza que não é...Devemos atacar o cerne do problema, atacar as bases de apoio da organização, fazer com que eles percam esses apoios, e atacar a estrutura financeira da estrutura, a resposta não tem de ser directa, deverá aliás ser indirecta...Essa será a atitude inteligente a seguir.

PS: A ALCAEDA tem de ser marginalizada e quando o for...(bem isso fica para outra reflexão)

A Falsa Emancipação da Mulher

Actualmente, tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada. Uns cedem-lhe o lugar, apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas as funções, de tomar parte na administração, etc.; mas a opinião que têm dela é sempre a mesma - um instrumento de prazer. E ela sabe-o. Isso em nada difere da escravatura. A escravatura mais não é do que a exploração por uns do trabalho forçado da maioria. Assim, para que deixe de haver escravatura é necessário que os homens cessem de desejar usufruir o trabalho forçado de outrem e considerem semelhante coisa como um pecado ou vergonha. Entretanto, eles suprimem a forma exterior da escravatura, depois imaginam, persuadem-se de que a escravatura está abolida mas não vêem, não querem ver que ela continua a existir porque as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e equitativo aproveitar o trabalho alheio. E desde que isso é julgado bom, torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes ou mais astutos dispostos a passar à acção. A escravatura da mulher reside unicamente no facto de os homens desejarem e julgarem bom utilizá-la como instrumento de prazer. Hoje em dia, emancipam-na ou concedem-lhe todos os direitos iguais aos do homem, mas continua-se a considerá-la como um instrumento de prazer, a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da opinião pública. Por isso ela continua uma escrava, humilhada, pervertida, e o homem mantém-se um corruptor possuidor de escravos.

Leon Tolstoi, in "Sonata a Kreutzer"

Culpados...

Mas quem são os verdadeiros culpados pelo conflito Israel-Palestiniano, bem se este blogue fosse de um extremismo esquerdista, sem sombra de duvida que culparia os EUA e Israel, e se por seu turno fosse de um acentuado extremismo de direita, diria-se que os culpados desta situação é a Ex-URSS e os países islamicos radicais. No entanto, e do pondo de vista deste blogue os verdadeiros culpados são todos, uma vez que todos têm responsabilidades neste processo, então vejamos:

1. Israel foi criado à esquerda e pela esquerda. O primeiro país a reconhecer Israel foi a URSS de Staline
2. O Avante! saudou a vitória israelita na guerra imediatamente após a independência, como uma “vitória contra as monarquias feudais e reaccionárias” da região
3. A maioria dos dirigentes religiosos muçulmanos da região, como o Grande Mufti de Jerusalém, colaborara com os nazis durante a guerra e não escondia a sua simpatia pelo holocausto
4. Cientistas nazis, ideologicamente motivados pelo seu ódio aos judeus, foram um pilar dos programas de armamento de países como o Egipto “socialista” de Nasser
5. Israel manteve durante anos uma política criminosa sobre as populações da Palestina, tendo sido apoiada financeiramente pelos EUA
6. Os EUA, dependentes dos grandes capitalistas Judeus subsidiou anos e anos as políticas belicistas dos isrealitas

Conclusão:
Dependente da época histórica todos foram culpados por este conflito, aliás todos se aproveitaram deste conflito, quer motivos políticos, quer por motivos religiosos. E neste assunto como noutros assuntos não se pode achar uma fronteira clara entre a esquerda e a direita, uma vez que a própria URSS foi a primeira a reconhecer Israel, o que contraria a tese que liga Israel ao bloco de direita capitalista, e por outro, quando a própria direita apoiou dirigentes islamicos, que compartilhavam certos ideais de extrema direita, por isso também este bloco que sempre foi conotado com a Ex-URSS, não esteve livre de desvios

terça-feira, março 23, 2004

Nota do editor

Passaram 15 dias desde que este blogue foi criado, e é com grande satisfação que neste espaço de tempo se atingiu a centena de visitas, tal facto leva-me a continuar a escrever e a pesquisar. Mais esclareço para quem possa ter duvidas que este Blogue não pretende ser mais de direita ou mais de esquerda, claro está que as minhas ideias mais de esquerda poderão em algumas situações desagradar a alguns, mas esse será um "defeito" meu para alguns e uma "virtude" para outros, por isso não me limitarei a contestar e a "atacar" quem quer que seja, sejam essas personalidades de direita ou de esquerda, o que se pretende é chamar a atenção para uma serie de problemas. Também por defeito meu este blogue muitas vezes irá falar de assuntos mais políticos, devido ao facto do editor deste blogue ser uma pessoa com bastante intervenção política desde há vários anos, apesar de neste momento por virtude de estudos universitários ter deixado essas actividades de lado juntamente com todos os cargos que ocupei, tendo em relação a tudo o que vivi uma atitude muito critica, facto que muitas vezes poderei transpôr para os artigos que irei publicando.

PS: Um muito obrigado a todos aqueles que pelo menos uma vez por dia vêm espiar as minhas reflexões

Os Criminosos

Esta semana temos sido sobressaltados pelos ataques que Israel entendeu desencadear contra os extremistas do Hamas, com intenção de aniquilar todos os seus dirigentes máximos, tendo o senhor Sharon entendido que a resposta adequada era uma ataque em massa contra o Hamas, tal acto apenas pode e deve ser classificado como um crime horrendo, ainda mais quando entre os alvos pretendidos, se atinge população inocente, chegando-se ao limite de se assassinar um cidadão palestino tetraplegico, é um acto que não tem justificação. È mais que certo que a solução não será alcançada com atitudes como esta, ela terá os efeitos contrários, apenas fará com que o clima já instável se agrave. No entanto não se pense que com estas palavras estou a justificar as atitudes dos palestinos, dos ataques bomba e de outras tantas atitudes extremistas, também estas acções não podem encontrar qualquer tipo de justificação, pois trata-se sem qualquer tipo de duvida de ataques imorais contra a população civil isrealita. A solução mais tarde ou mais cedo terá que passar por verdadeiras conversações de paz, e para que isso aconteça, quer os EUA quer os países islamicos terão de deixar de apoiar a que nível fôr, respectivamente Israel e a Palestina. Este conflito já sofreu vários erros históricos e não se poderá correr mais um, torna-se cada vez mais urgente uma acção internacional coordenada pela ONU, com o intuito de pôr fim a esta "Barbarie", porque se está a ver quais serão as consequências das acções isrealitas, e que serão tão somente mais ataques bomba em Israel, com mais umas dezenas de mortos entre aqueles que menos têm a haver com toda esta situação. O direito internacional tem que imperar, e todos estes criminosos, quer sejam isrealitas, quer sejam palestinos têm de ser levados à cadeira dos reus, para serem julgados pelos seus actos. Mas este conflito apenas terá solução pela via negocial, mas por uma negociação sem reservas e sem favorecimentos, pois o que se passa hoje naquele local são crimes contra as populações, genocidio de populações, atentados contra a estabilidade regional, enfim actos indignos para o século XXI, que se pretende que seja de Liberdade, de Democracia e acima de tudo de Paz

Frases inteligentes...

"Nem todos podem tirar um curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espirito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa"

Alfred Montapert

segunda-feira, março 22, 2004

Fora de Horas - Pensamentos

"Ter escravos não é nada, mas o que se torna intolerável é ter escravos chamando-lhes cidadãos"

Denis Diderot

Descoberta do dia

Jonh Kerry o actual candidato a suceder a George W. Bush na presidência dos EUA, foi acusado à vários anos pelo FBI de ter liderado um movimento de protesto contra a guerra no vietname, que emergiram nos EUA durante os anos 70. Durante os anos de 1970 Jonh Kerry foi fotografado, e teve os seus movimentos seguidos e suas palavras gravadas pelo FBI, quando falou contra a guerra. Pelo facto de ter sido um veterano condecorado, era temido pela influência que poderia ter sobre a opinião pública, diga-se que para ser seguido tão de perto devia ter bastante.

Descoberto em: www.timesonline.co.uk

O terrorismo é negociável?

Com a sua provocante afirmação de que é necessário «negociar» com as organizações terroristas, dado que é «impossível matar todos», Mário Soares colocou-se a jeito para “levar pancada” de toda a gente, o que não tardou, tendo mesmo alguns chegado ao dislate de o acusar de “capitulacionismo”, como se a sua história política pessoal autorizasse tal injúria.
Na verdade, porém, tomada essa frase à letra e nas circunstâncias em que foi proferida, depois do massacre de Madrid, não é de modo nenhum defensável uma negociação com os seus responsáveis últimos, ou seja, a Al-Qaeda. Sem dificuldade se entende que MS pretendia contestar a tese belicista, defendida pelos adeptos de George Bush, segundo a qual o terrorismo se combate com a guerra. Mas uma coisa é criticar as teses guerreiras, em favor de medidas de segurança e outros meios políticos, outra coisa é excluir de todo em todo o recurso à força em última instância contra Estados que provadamente acolham e protejam grupos terroristas e se recusem a deixar de o fazer, como sucedeu com o Afeganistão. Uma coisa é defender, contra as teses belicistas, que o terrorismo islâmico tem raízes que devem ser atacadas por meios políticos, de modo a suprimir os factores de que ele se alimenta e que o “legitimam” perante as massas árabes (a começar pela questão palestiniana e pela ocupação do Iraque), outra coisa é defender a negociação com os próprios grupos terroristas.
É certo que a história das últimas décadas apresenta diversos exemplos de negociações com grupos políticos que recorreram directa ou indirectamente ao terrorismo, desde as lutas de libertação colonial (v.g Argélia), passando pela Irlanda do Norte e pela Palestina (reconhecimento da Autoridade Palestiniana), só para dar alguns exemplos. Mas tratava-se de forças políticas movidas por causas justas, contra situações de opressão e repressão, para quem os atentados terroristas representaram um meio desesperado de luta (mesmo assim condenável), sendo a negociação um meio adequado para remover a situação de conflito subjacente ou abrir perspectivas de solução dela, desse modo tornando a violência desnecessária. Não é esse porém o caso do terrorismo internacional do radicalismo islâmico, cuja justificação assenta na defesa de uma visão fundamentalista do Islão contra a ameaça da “civilização ocidental” (representada à cabeça pelos Estados Unidos) e mesmo contra os governos islâmicos mais moderados, não apresentando objectivos políticos minimamente negociáveis ou transaccionáveis. Pelo contrário, para além da solução dos abcessos que lhe dão motivação imediata (a questão da Palestina e a ocupação do Iraque), a luta contra as raízes do terrorismo internacional deve investir no desenvolvimento económico, social e político do mundo islâmico e no apoio às forças moderadas e pró-democráticas internas que procuram a modernização e a democratização dos mesmos países, o que significa contrariar frontalmente os objectivos do terrorismo.
É por isso que a invasão do Iraque foi um desastre na luta contra o terrorismo, pois em vez de atacar as bases políticas e culturais do terrorismo, apenas contribuiu para as reforçar, dando-lhes mais um motivo de agravo, pela invasão injustificada e ocupação de um país islâmico. Como já aqui se disse, ela não foi uma guerra contra o terrorismo mas sim um favor prestado ao terrorismo. Se não tem sentido negociar com a Al-Qaeda, muito menos tem alimentá-la a pretexto de lhe fazer guerra.

Vital Moreira

Publicado em: www.causa-nossa.blogspot.com

Viragem à esquerda e os novos perigos

Passada uma semana da vitória de Zapatero e da viragem à esquerda da Espanha, é de referir que um pouco por toda a europa se prepara uma viragem à esquerda, um dos exemplos mais marcantes deste facto após a vitória do PSOE em Espanha, é a França, no qual o eleitorado virou à esquerda nas eleições regionais, muito se ficou a dever à redução da abstenção, fenomeno que também sucedeu em Espanha, parece que se trata de um voto útil na esquerda contra as políticas de direita. Mas no entanto, mesmo em França, nem tudo é positivo, visto que apesar dos vacilos de Raffarin, a extrema direita de Le Pen aproxima-se de valores extremamente perigosos, ao ultrapassar os 17%, esta sim uma situação de extrema gravidade para a democracia francesa, e que é preciso ter em conta, e tentar compreender porque sucede, mas nada disto obsta no entanto contra a viragem à esquerda que se está a dar em França. Destes factos pode-se tirar desde já a conclusão que não é apenas a direita que apoiou Georges Bush, que está a ser afastada do poder. Agora resta saber o que se passará em Portugal, o primeiro sinal será já dado nas próximas eleições para o parlamento europeu, sendo certo que tudo ficará muito dependente da percentagem de abstenção, ainda para mais quando as eleições se realizam no verão, sendo certo que em caso de uma elevada abstenção a esquerda sairá prejudicada, tal como todo o sistema democrático, visto que a abstenção do meu ponto de vista enfraquece o sistema democrático, sendo uma das razões pela actual crise do Estado.

O que se escreveu por terras Gaulesas:

"La droite se prend une bonne gauche"
Libération

"Raffarin rattrapé par le vote sanction"
Le Figaro

"Vote-sanction contre la droite aux élections régionales"
Le Monde

"Como seria bom que os juristas renunciassem ao seu desprezo pela filosofia e compreendessem que, sem ela, a maior parte dos seus problemas são labirintos sem saída!"
Leibniz

"A nossa vida política, com os seus inumeros defeitos, só poderá melhorar quando os juristas passarem a ler uma formação filosófica consentânea com a sua alta missão"
Franz Brentano

"A filosofia da justiça - ou, simplesmente, a filosofia - tem de estar na base da preparação dos juízes, dos jurisconsultos e dos juristas"
Álvaro Ribeiro

PS: O objectivo destas citações é simplesmente tentar transmitir a importância da Filosofia, nomeadamente para o Direito, na procura de justiça, pois nela se poderão encontrar muitas das soluções para a resolução dos mais variados problemas. A missão do Homem de Direito necessita que estes sejam também filosofos, pois a filosofia é necessária à sua formação. Tem também o objectivo de pôr toda a humanidade a pensar na filosofia, por isso toca a ler filosofos...deixem os romances novelísticos e passem para Platão, Socrates, Kant, Leibniz, Descartes, Locke...e tantos outros

quinta-feira, março 18, 2004

O estado de coisas

Relativamente ao meu artigo "Distracções" uma das minhas assiduas leitoras chamou-me a atenção para o facto das citadas obras do marquês, não serem um acontecimento isolado de Lisboa, e como exemplo disso citou a construção da Casa da Musica, no Porto, que era suposto ter sido construída a quando do Porto capital europeia da cultura, e que nos dias de hoje ainda não se encontra concluída, tendo deixado duas questões interessantes, e uma afirmação que tem toda a pertinência de ser pensada e analisada. As perguntas foram; Este país está um caos?...Será que vai melhorar?, e a afirmação foi que funciona tudo mal em Portugal. Bem eu não direi que funcione tudo mal em Portugal, mas que que há muitas coisas que funcionam mal em Portugal, isso é verdade sem sombra de duvidas, desde o sistema de saude, entregue a um conjunto de lobbies ao sistema de ensino, que reforma após reforma não tem forma de encontrar um rumo certo, e neste campo deixo desde já uma sugestão e ao mesmo tempo uma pergunta, para quando a generalização no ensino primário das disciplinas do Inglês, Informática e música. Na realidade também em vários aspectos parece o nosso país estar a passar por uma fase de caos, ou pelo menos de desorientação politica, pois do meu ponto de vista em imcompreensivel que se compare por exemplo uma elevada taxa de desemprego, que neste momento representa mais de 400 milhões de desempregados (isto o n.º oficial, pois todos sabemos que serão muitos mais) com mais uns milhões que se terão recebido da cobrança fiscal. Tem que se sacrificar uma coisa para ter outra coisa, não me parece. É algo inaceitavel do ponto de vista social, este é apenas um caso entre muitos que se podem encontrar na sociedade portuguesa. Quanto à questão se vai melhorar, sou por natureza um optimista, mas no entanto não me parece que seja com este governo, e esta forma de actuação, mas não pensem os meus leitores que é por este governo pertencer a um determinado partido, pois o alcance da minha afirmação é muito mais amplo e necessita de alguns esclarecimentos, pois em minha opinião não prevejo que seja com esta geração que está no poder ou na oposição que a situação do nosso país irá melhorar, julgo e tenho quase a certeza, que será a actual geração universitária que será a geração que conseguirá pôr ordem à desordem e ao caos actual, desde que a mesma não seja corrompida por interesses económico-politicos que envenenam a sociedade portuguesa. Não pretendo ser demasiado ofensivo, mas na realidade a grande culpada do actual estado de coisas apenas pode ser esta geração de políticos, não se podendo também ilibar a própria sociedade, pois ela abdicou de uma serie de prerrogativas que deveria ter utilizado para que não se chegasse à presente situação.

PS: È preciso pensarmos na sociedade que temos e é preciso que actual geração universitária que se está a formar se afirme dentro de novos valores que permitam ultrapassar este caos, com uma nova atitude de participação e intervenção nos problemas que são de todos nós.

Perturbante...

Vamos a umas contas matemáticas interessantes e arrepiantes:

- O 11 de Setembro, nos EUA, ficou conhecido por dar o n.º 911, que por
sinal é o n.º de Emergência médica desse País.

- Ora, passados 911 dias deste terrífico atentado, outro, não menos
terrífico acontece: o 11 de Março em Espanha.(Coincidência????).

- Mais terrível é o facto de a "prova dos 9", utilizada por nós desde a
4ª Classe, nos demonstrar que a soma do ano 2004 e do Mês de Março (3) dá 9,
e os 11 dias do mês em que foi efectuado o atentado: ou seja, o n.º 911 mais
uma vez. (Coincidência?????).

- Agora vamos ao mais complicado da questão: Se ao dia 11 de Março
somarmos 115 (o antigo número de emergência do nosso País), dá-nos o dia 4
de Julho de 2004. Nada por aí além, se não pensarmos que é o dia da Final do
Campeonato da Europa de Futebol.

- E se fizermos mais umas continhas chegamos mais além dia 4 mais o mês
(7) dá 11. (Arrepiante) Outra vez a prova dos 9 - O ano 2004, noves fora dá
6. Mais os três meses que medeiam o atentado de Madrid e a final do
Campeonato dá 9. Ou seja 911. (Interessante, não!?!)

Que pensar disto?

(Enviado por: Filipa)

Distracções

Esta semana ia eu descansado pelas ruas e avenidas de Lisboa, pensando na vida e no curso, e nos meus afazeres, quando de repente acordo para a vida e vejo que me encontro na rotunda do Marquês de Pombal, e dou de caras com o inferno de transito naquela rotunda, que já sabemos que é todos os dias um inferno, mas agora está muito pior, e perguntarão alguns porquê???...a resposta é simples...por motivos de obras...o denominado e já famoso projecto do tunel do Marquês...a dita obra do sr. dr. Pedro Santana Lopes. Não sei desde logo se não será um erro de engenharia fazer tal obra e se os objectivos que tal obra visa serão cumpridos, mas de uma coisa tenho a certeza, é que o timing da dita obra é descabido, quando estamos a escassos meses de um acontecimento tão importante como o Euro 2004. Assim iremos receber milhares de visitantes estrangeiros com obras desta invergadura a serem feitas, e a causarem transtornos que poucos poderão avaliar...a confusão vai ser de tal ordem, que em vez do sucesso do Euro a imprenssa estrangeira irá comentar a confusão causada pela dita obra. Se hoje já existe confusão naquela rotunda então com este evento a confusão vai ser mais que muita, e isto porquê???... por um capricho do sr. dr. ... Já agora pergunta-se o que é feito do projecto do parque Mayer, será que já foi para a gaveta?? será que foi só publicidade??... será que já se esqueceu que é presidente da câmara e já só pensa em ser pré candidato às eleições presidenciais??... serão respostas a dar noutro artigo por agora fica o comentário, que as obras da dita rotunda vêm em muito má altura, e que se devia preocupar antes com os acessos ao estádio da luz (sua conclusão) do que com obras mégalomanas como o tunel do marquês.

PS: Pensemos à nossa dimensão e não há dimensão dos outros

quarta-feira, março 17, 2004

Citações em latim...

"Pietas est fundamentum omnium virtutum"

Para quem não sabe latim aqui vai: A Piedade é o fundamento de todas as virtudes
Toca a ler latim, que aí se encontram verdadeiras lições de vida, fiquem com mais uma; que quer dizer que a verdade é filha do tempo, olhem que esta nos últimos dias foi de facto provada...

"VERITAS FILIA TEMPORIS"

terça-feira, março 16, 2004

As metamorfoses de Picasso

A sensação de quem vê as pinturas de Picasso é a de estar grogue, como que bêbado sem ressaca, exaurido mas feliz. É sobreviver a Picasso – e sentir a vida bem melhor depois disso. A sua criatividade é tão profunda que que a visão de suas obras transformam-se num teste de resistência para a mente e para o corpo, Picasso parece querer sugar nossa energia, usá-la na sua arte, e lançar na nossa consciência a irredutível multiplicidade do real. Ele tenta e consegue nos convencer-nos que é muito mais interessante um mundo incerto do que um mundo em que a beleza rejeita a dúvida.

Picasso incomoda com a sua voracidade, e nenhuma delicadeza lhe vai roubar a vida. A sua obra é uma criatura urbana, e sua arte é angulosa e intensa, não é o refúgio repousante que muitos podem querer encontrar nas suas obras, e a sua sutileza e delícias são tantas que nem a mais bela das cidades a iguala.

Picasso viveu entre 1881-1973, foi em suma um sobrevivente. Ele sobreviveu a detratores, imitadores e bajuladores, à rotina da existência comum e à sua própria excitabilidade intelectual, à tradição e ao duelo pictórico com Matisse, às ideologias políticas, e continua a sobreviver a livros, artigos e filmes que, como numa tela cubista, sempre lembrando que há outras facetas no gênio que deveriam explicar. O Picasso machista e egocêntrico de James Ivory, por exemplo, pode até ter existido de facto, se quisermos fazer uma estatística simplista dos seus comportamentos familiares e sociais, mas isso não explica jamais como a sua arte interpretou a ansiedade e o medo do homem diante da mulher, ou como ela se tornou para as mais diversas gerações uma demonstração de como as pretensões totalizantes da natureza humana são toscas e tolas. Nesses momentos, que são os que nos importam, não houve machismo ou egocentrismo.

“Pinto o que sei, não o que vejo”, disse Picasso, dono de muitas frases famosas. Outra: “Eu não procuro, eu acho”. Picasso estudou e encarou os chamados Grandes Mestres desde cedo. Michelangelo, Poussin, Rembrandt, Velázquez, Goya, Manet, Cézanne – toda vez que uma inteligência compositiva esteve a serviço das densidades emocionais, ele a examinou, copiou e recriou como se quisesse tomá-la de assalto, mas com o máximo respeito. A tradição é algo a amar e enfrentar, a admirar e encarar. Num século de tantas vanguardas como o século 20, nenhum outro artista devotou à arte do passado tanto tempo, tanta pesquisa apaixonada, quanto Picasso. Não lhe bastava criar variações sobre esses temas: ele queria reformulá-los. “No fundo você sempre amou a beleza clássica”, disse Braque a ele, em outro diálogo célebre. “E acaso existe alguma outra?”, replicou Picasso.

Por isso também há muita discussão sobre as “fases” de Picasso. Robert Hughes, na recente e extraordinária biografia de Goya, escreve que o grande público gosta mesmo é do primeiro Picasso, mais sentimental, das fases azul e rosa. E acrescenta que mesmo o Cubismo, não cria muita empatia porque é um tanto impessoal, já que é difícil distinguir, por exemplo, um Picasso de um Braque dessa fase. Mas, com excepção de algumas dessas obras mais programáticas do chamado “cubismo analítico”, um Picasso é sempre imediatamente identificável, apesar da sua obra ser muito extensa e variada.

Muitas generalizações caem quando aplicadas a Picasso. Ele com apenas 26 anos mudou a história da arte, ao concluir a tela As Senhoritas de Avignon (1907), seria de se poder esperar que passasse o resto da sua vida em dívida consigo mesmo, a reboque da glória juvenil, como tantos outros inovadores que nunca mais souberam manter-se à altura da sua inovação. No entanto, Picasso não só se manteve à altura, como também mudou a sua arte várias vezes. De certo modo, isso comprova a fertilidade do Cubismo: apesar da sensação de esquematismo que sua proposta de desmembrar pessoas e objectos em planos oblíquos pode causar hoje em dia, ele foi, sem duvida, o iventor de uma nova forma de ocupar o espaço da tela, de articular figura e fundo de uma maneira menos hierarquizada, com mais movimento relativo. As prostitutas da rua Avignon, em Barcelona, desafiam-nos com seus corpos fragmentários enquanto nos seduzem com sua disposição circular.

Antes ainda de 1907, e ao contrário da maioria dos artistas que vivem um “turning point” em suas carreiras, Picasso já era um grande artista. Mesmo que soe mais melancólico e lírico na fase azul de 1900-1904 do que seria depois, o que fez antes do Cubismo, contém uma força expressiva que ninguém pode negar, ao mergulhar as figuras com estilização clássica numa textura de cores que lembra Van Gogh e Gauguin. É a chamada fase rosa, dos três anos que antecedem as Demoiselles, quando Picasso solta gradualmente o seu desenho, quebrando com o uso da linha, como organizadora das áreas de cor. Em seguida, porém, volta aos tons sóbrios, entrando na chamada fase negra de 1907-1909, como em Três Figuras sob a Árvore, em que desenvolve os preceitos cubistas do espaço dividido não mais em planos quase uniformes, como em Cézanne, mas em planos de medidas diversas, com muitos ângulos agudos e curvas.

Na segunda década do século, surgem novos temas que sugerem novas formas para Picasso, mesmo que dentro da estratégia cubista: é o tempo dos homens com violões, das naturezas-mortas, das cadeiras. Nos anos 20, depois do casamento com Olga, vai revisitar o “clássico” com suas Três Mulheres na Fonte (1921) ou suas Banhistas (1928), em que as figuras femininas aparecem numa deformação elegante, à maneira de Ingres, Degas, Cézanne e outros “contidos”. Mas sem deixar de esquecer o Surrealismo em obras como O Beijo (1925), em que o casal se converte numa mescla de cores quentes e linhas pretas, ou Mulher Sentada numa Poltrona (1929), um de seus temas favoritos, por combinar relaxamento e sedução.

Picasso já está casado com outra mulher, Marie-Thérèse, quando compra em 1930 o castelo Boisgeloup, perto de Gisors, na França, e ali inaugura nova fase. Suas esculturas ganham volumes lisos e traços económicos, num estilo que inspiraria Henry Moore mais tarde, e também suas telas parecem abandonar o fragmentário e apostar num colorido quase decorativo, organizado por escassas e firmes linhas pretas, como em Figura à Beira do Mar (1933), um Picasso matisseano mas não menos Picasso. E, sendo Picasso, isso não o impedia de ao mesmo tempo voltar a tratar dos temas fortes como crucificações e touradas, em estilo novamente facetado. O caminho estava aberto para Guernica, de 1937, os homens-lagostas, os esqueletos, os minotauros, como ele próprio o disse, “A pintura é arma contra a escuridão”.

Mas ainda havia novos trilhos, como as cerâmicas feitas em Vallauris, com seus faunos, no final dos anos 40, e os “anos Jacqueline”, seu novo amor, nos anos 50, quando se instala em Cannes e volta a temas como banhistas e o almoço na relva de Manet e Cézanne. Em Jacqueline com as Mãos Cruzadas (1954), por exemplo, a simplicidade do resultado não disfarça a complexidade da composição, a nova maneira de usar áreas de cor preta, a fisionomia mais naturalista. Assim, até o fim da vida, Picasso vai-se reinventando, e multiplica-se, deixa-se encantar por novos e velhos assuntos, por novas e velhas técnicas, derrubando o conceito de que o Modernismo foi um golpe niilista no legado da história. E consolida seu lugar ao mesmo tempo lógico e extraordinário na linhagem da arte ocidental, a qual ele precisou amar muito para poder mudar, como sempre ocorre nos grandes amores e nas grandes criações.

(Baseado no artigo de Daniel Piza)

segunda-feira, março 15, 2004

O Iraque e as suas consequências

Não pretendo politizar em demasiado este blogue, mas no entanto face aos acontecimentos recentes não posso deixar de reflectir sobre as consequências do ataque da coligação ao Iraque, porque essas mesmas consequências "saltam" hoje à vista de todos. As consequências políticas começaram em Espanha com o derrube do governo de direita do PP, irá concerteza seguir-se a mais que certa derrota do "friend american" nas próximas eleições que por aí vêm. Pelo mesmo caminho parece ir o homem da "terceira via", o pseudo - socialista envergonhado, que depois dos escândalos dos relatórios das armas de destruição massiça que supostamente o Iraque possuíria, não terá muitas condições, e será obrigado a abandonar o governo. Nisto tudo resta o antigo "Maoista" cá do nosso cantinho...aquele que se bem se recordam todos, organizou a conferência dos Açores, que alguns apelidaram de "Conferência da Guerra". Julgava eu e felizmente parece que erradamente que a sociedade portuguesa estava adormecida...mas no entanto ao ler uma ultima sondagem acerca da acção do governo e da confiança dos portugueses no dito cujo...também começo a ter poucas duvidas que em próximas eleições legislativas com coligação ou sem coligação...também este governo irá ser derrubado. Teremos de aguardar e esperar que a sociedade mais uma vez não se afaste dos problemas que são de todos nós.
Mas mais consequências se tiram do ataque ao Iraque, visto que segundo me tem sido dado a ver os EUA preparam-se para abandonar o mais rapidamente possível o Iraque, e aqui impõe-se a pergunta...Que Iraque vaõ deixar???...Parece-me que apesar de parecer dificil, o Iraque que os EUA vão deixar, vai conseguir ser pior que o Iraque de Sadam, pois veja-se, deixam um país destruído, completamente destruido, sem Governo nem Ordem, deixam o caos e para mais preparam-se para serem os causadores de uma possível guerra civil, entre sunitas e xiitas, em consequência de um apoio injustificavel que tem sido dado aos xiitas. Mas esta situação não é de admirar visto que historicamente os EUA estão habituados a fazer coisas destas, veja-se por exemplo o que fizeram no Afeganistão em contexto de guerra fria...usaram e depois deitaram fora...e veja-se as consequências que tais acções tiveram.

Por isso Sr. Durão Barroso deixe o "american friend" e vire-se para a Europa e para a construção europeia...


A piada do dia...

O Durão Barroso é atropelado por um camião e morre.
Chega às portas do céu e encontra S Pedro.
- Bem vindo ao Paraíso! - diz S Pedro - Antes de deixá-lo entrar... há um pequeno problema. Raramente vemos políticos por aqui e não sei bem o que lhe hei-de fazer.
- Não há problema. Deixe-me apenas entrar - diz o ex-político.
- Lamento, mas não posso. Tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: você vai passar um dia no Inferno e outro no Paraíso. Depois poderá escolher onde vai passar a Eternidade.
- Não vale a pena. Já escolhi. Quero ficar no Paraíso - diz o político.
- Desculpe, mas temos as nossas regras.
S Pedro leva-o ao elevador e ele desce, desce, até ao Inferno.
Abre-se a porta e ele vê um lindo campo de golfe. Ao fundo um luxuoso clube e todos os amigos dele e políticos que tinham trabalhado com ele.
Todos felícissimos em plena festa social, rodeados de lindas damas.
Cumprimentam-no, abraçam-no e falam longamente de como ficaram ricos à custa do povo. Jogam descontraidamente uma partida de golfe, enquanto saboreiam lagosta e caviar na companhia das sorridentes damas.
Está também presente o Diabo, um sujeito extremamente afável que passa o tempo a dançar e a contar anedotas e a "flirtar" com as gentis senhoras.
Divertem-se muito até que, finalmente, chega a hora da despedida.
Todos se despedem efusivamente dele com muitos abraços e as senhoras com carinhosos beijos.
Ficam a acenar-lhe enquanto o elevador sobe.
O elevador sobe, sobe, abre-se a porta e S Pedro está à sua espera.
- Agora vamos visitar o Paraíso.
E assim passa 24 horas do dia junto a um grupo de alminhas que passam o dia de nuvem em nuvem, tocando harpa, cantando e dançando, todos muito felizes.
O dia termina e S Pedro regressa.
- Bom, você passou um dia no Inferno e outro no Paraíso. Já escolheu a sua casa para a Eternidade?
- Sim...o Paraíso é maravilhoso, sabe... mas acho que prefiro ficar no Inferno.
S Pedro leva-o de novo ao elevador.
E ele desce, desce, desce, até ao Inferno.
A porta abre-se e ele vê-se no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo.
Vê todos os seus amigos com as roupas esfarrapadas e sujíssimas apanhando o lixo e colocando-o em sacos pretos. Todos com um ar muito infeliz e acabrunhado.
O Diabo aproxima-se dele, põe-lhe um braço no ombro e diz:
- Meu amigo é aqui que você vai passar a sua Eternidade.
- Não percebo... gagueja o político. Ontem havia um campo de golfe, um clube, uma festa, lagosta, caviar, dançávamos com as senhoras, divertimo-nos muito. Hoje vejo este fim do mundo cheio de lixo e os meus amigos tristíssimos e arrasados.
O Diabo sorri e diz:
- Sabe, meu amigo... Ontem estávamos em campanha eleitoral. Hoje... já temos o seu voto...

domingo, março 14, 2004

Últimas....

Está politicamente à vista o resultado do ataque da coligação sem justificação ao Iraque, do ataque terrorista à Espanha, e finalmente da tentativa de encobrimento dos verdadeiros autores do ataque terrorista...e esse resultado foi a derrota do PP nas eleições legislativas espanholas...a sociedade espanhola puniu o PP e entregou o poder ao PSOE...é aqui que se encontram as virtualidades da democracia e da liberdade, o Povo é soberano, e quando entende tem o poder máximo de alterar as "coisas"

"Abdicar a liberdade é destruir a própria natureza humana" (Rousseau)

Viva ao estado democrata e à liberdade

Lição Espanhola

A sociedade espanhola passados alguns dias ainda vive com o trauma de um atentado sem qualquer tipo de justificação, enfim um atentado hediondo, um puro acto de vingança politico-religiosa, enfim aquilo a que se dá o nome de terrorismo. Mas o que me leva a escrever este artigo não se trata do acto terrorista, mas sim da forma inconcebivel como governo espanhol tentou encobrir até não ter mais hipoteses a verdade, tentando culpabilizar a ETA, quando se sabia, que esta não era a sua forma de actuar. Mas porquê esta forma de actuar??... é evidente que por detrás dela estavam motivos políticos, em especial as eleições legislativas, já que o PP sabia perfeitamente que se fosse divulgado que a autoria dos atentados era da ALCAEDA, esse facto por si só teria consequências políticas nas eleições, por isso o seu encobrimento. Mas o Povo espanhol, numa atitude de grande dignidade, e liberdade, rejeitou tais explicações, e numa atitude muito democrática exerceu o seu descontentamento numa manifestação sem precedentes junto da sede do PP, a um dia das eleições, é obvio que foi ilegal, mas foi uma verdadeira manifestação politica contra a mentira do governo espanhol, contra a intervenção no Iraque sem justificação, contra o facto de o governo não ter cumprido com a segurança que lhes prometera. Esta é a prova da vitalidade da Democracia espanhola, pois veja-se que ontem, manifestaram-se em toda a Espanha mais de 11 milhões, ou seja em cada 4 espanhois 1 foi manifestar-se. Cabe agora a pergunta de saber qual seria a resposta que a sociedade civil portuguesa teria perante uma situação destas, e parece-me que não seria uma reacção a este nivel, porque julgo que a sociedade Portuguesa vive num estado de paralisia social, de falta de consciência social e política. Este assunto dá que pensar, julgo ser urgente uma reflexão da sociedade portuguesa, vejo com grande insatisfação a falta de preocupação dos portugueses. A Sociedade deve exigir justificações do governo sobre todo este assunto, das medidas que vão ou foram tomadas, ainda mais de ter hoje saído para a comunicação social internacional, que os serviços secretos suecos avançaram o facto de Portugal ser um alvo previligiado para os ataques da Alcaeda.

Vamos reflectir sobre tudo o que sucedeu nos últimos dias...


Gerações vinculadas a outras?

eu acho que qualquer geração está sempre vinculada à geração anterior. A quando do nosso nascimento adquirimos aquilo que outros nos deixaram. Recebemos o mundo que outros deixaram, direitos e deveres que outros criaram e que vincularam, e uma sociedade e um Estado em que estamos inseridos! desde os primórdios da civilização que é assim, a não ser que se defenda a existência de um estado natureza em que o homem viveria isolado. Eu penso que nós, geração presente temos é que ter o cuidado de não criar situações tão graves que as gerações futuras fiquem em desigualdade em comparação a nós.Tem que haver uma preocupação em assegurar e preservar tudo aquilo que acreditamos ter direito, não só para nosso bem, mas para que o asseguremos aqueles que nos sucedem!Independentemente de sermos simples cidadãos, ou presidente dos EUA. Todos temos um dever humano de preservar a nossa continuidade em condições tanto mais iguais, ou melhores possiveis. Uma geração de homens não deverá vincular outra retirando-lhe a essência e liberdade propria!Tem que haver um respeito pela liberdade imanente a cada ser, a cada geração.Tem que haver a consciência que quando se aumenta a nossa liberdade diminui-se a de outrém. É preciso não deixar que o desejo de poder e ânsia de liberdade total se apodere de nós, alimentando aquilo que o homem tem de mais feio - a ambição gananciosa de ser o mais em tudo! Tudo a este respeito é uma guerra de poderes, de vinculação de posições, onde os ganaciosos não querem ficar a atrás!Temos de parar de ser mégalomanos e procurar a forma mais simples de convivencia comum!

Um dia alguém disse "O mundo é um lugar belo e merece que se lute por ele" eu concordo com a segunda parte!

(Texto escrito por: Luis Pinto - Corrigido por: Rui Ferreira)

sábado, março 13, 2004

Citação ...

"Uma geração de Homens tem o direito de vincular outra?"
Thomas Jefferson


Parece-me que nenhuma geração tem o direito de vincular outra, mas é uma opinião, poderá haver quem não concorde. Mas digo apenas que nenhum de nós tem o direito de limitar a liberdade de acção das gerações futuras, que não se têm de guiar pelas nossas acções e formas de pensar. Por isso faz favor...não coloquem em risco a liberdade das gerações futuras...

sexta-feira, março 12, 2004

Atentado em Espanha

Hoje ao ouvir o noticiário, soou-me um alarme dentro de mim, como estamos perto da tragédia espanhola, isto devia fazer-nos refletir em tudo o que se passou nas últimas horas em Espanha. Não estamos assim tão longe, e o próximo ataque bem poderá ser em Portugal, devendo-se ter em conta e não esquecer que daqui a 3 meses temos o Euro 2004. O acto que se passou em Espanha apenas se pode classificar de puro genocidio, de vigança sobre população inocente, que nada tem a haver com a decisão de políticos e governantes, isto leva-me a fazer um comentário que pode não ser compreendido, e que é o seguinte, os terroristas têm de ser resposabilizados por estes actos horrendos, mas os politicos de direita, despóticos e autoritários, como os senhores Eua e ........, têm de ser castigados, pela comunidade internacional, mas aí o seu poder económico e militar impõe a lei, por tal julgo que só resta a sanção popular da sociedade de cada país, em relação aos Eua, Inglaterra e mesmo a atacada Espanha parece que vão ter efeitos nefastos para estes políticos nas próximas eleições, no entanto no caso português parece que a sociedade está adormecida, caída num sono profundo, de alheamento completo dos problemas da comunidade nacional e internacional.

PS: Foi decretada um minuto de silêncio, só quero ver quem o vai cumprir, parece-me que foi uma proposta pouco sensata, e quanto a 1 dia de luto nacional...bem não me quero alongar muito, mas deixo a questão...será que Espanha decretaria o mesmo por Portugal????....não quero ser nacionalista nem outra coisa parecida, mas julgo que não...só entendo esta atitude por uma duvidosa amizade luso-espanhola...dá que pensar

Fora de Horas - Pensamentos

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."

Voltaire

Por mais errado que seja determinada opinião, nenhum de nós deve reprimir o direito que cada pessoa tem de a exprimir, é um direito de liberdade individual de cada um de nós enquanto seres humanos, por isso, falem o que têm a falar, porque é um direito que nos assiste - Direito de Expressão -

quinta-feira, março 11, 2004

O Panorama Televisivo

Nos dias de hoje torna-se premente uma reflexão muito seria acerca do papel negativo que as televisões têm sobre a sociedade, neste contexto devemos analisar com extremo cuidado a situação portuguesa, e responder a uma questão, que consiste em saber que televisão temos no nosso “pedaço de terra à beira mar plantado”. Diria que o espectro televisivo a que assisto todos os dias é deprimente, deplorável e de baixo nível, mesmo de muito baixo nível. Situações muito graves se passam na programação televisiva, desde a quase ausência de programação cultural de valor, tirando raras excepções no segundo canal do Estado, pouco mais há, em especial nas televisões privadas, que vivem numa permanente luta em busca dos shares, tendo por única análise as estatísticas, esquecendo que deveriam apesar de privadas, prestar também um serviço publico ao país. Por outro lado vivemos inundados de telenovelas, muitas delas de fraca qualidade, chegando-se ao cumulo a determinadas horas do dia não se ter alternativa às novelas, que classificaria de calmantes para o esquecimento dos verdadeiros problemas da sociedade. Mas agora chegou-se a um ponto de ruptura, visto que os noticiários, que iam ainda tendo alguma qualidade, também eles hoje em dia foram inundados por uma falta de qualidade exasperante, mais uma vez faço uma vénia ao noticiário do canal 2, os restantes tornaram-se desprezíveis, não cabendo na cabeça de ninguém, a não ser dos directores de programação a existência de noticiários de duas horas!!!, é o fim do admissível, e para mais quando se tratam longamente problemas de menor importância ou direi eu, de nenhuma importância, ou de atribuição de importância a questões que não deveriam ter a relevância que têm. Veja-se por exemplo o caso ainda relativamente recente do Presidente da Câmara de Marco de Canavezes, que num estádio de Futebol resolveu desatar aos insultos...e a algo mais...É totalmente inconcebível que se percam horas a discutir atitudes como a deste autarca, que nem sequer deveriam merecer qualquer tipo de importância. Esta é a prova que os noticiários estão dominados pelo lobbie do futebol, tal como toda a sociedade nacional, situação que fragiliza igualmente o Estado, que corre o risco de perder a sua preponderância no seio da sociedade, a questão apenas não é mais gravosa devido há inexistência de alternativas no presente. Este é um factores responsáveis pela crise do Estado, claro que existiram outros, mas este merece uma atenção especial. E mesmo a televisão estatal não escapa a toda esta situação, agravada em época de eleições, quando é utilizada politicamente pelos políticos no poder. Para este tipo de televisão mais valia não se ter aberto espaço para mais dois canais televisivos, qual o seu papel??? Onde está o seu papel cultural e social???, porque insistem em promover situações de menor valor, em vez de assinalar os graves problemas do país, porque não promovem um debate acerca da crise do Estado, do qual as televisões têm uma grande responsabilidade. Actualmente as televisões vivem reféns dos lobbies do futebol, tal como toda a sociedade Portuguesa. As preocupações passam por saber se existem estádios para o Euro, em vez de se saber por exemplo quais serão as consequências gravíssimas de mais uma revisão constitucional.

Citação do dia

"Não conheço nenhum caminho seguro para o sucesso, só um para o insucesso seguro - agradar a todos"

Platão

terça-feira, março 09, 2004

Hoje discutia-se, o embate entre o Dr. Mario Soares e o Dr. Paulo Portas, que para quem não sabe é o ministro dos submarinos, acerca que quem teria razão...uns diriam que o Dr. Mario Soares exagerou e não foi correcto com expressões como "cresça e apareça" ou "faça obra", outros diziam que o Dr. Paulo Portas tem razão quando afirma que o Dr Mario Soares está caduco e fora do contexto político actual e que o seu tempo passou, e o que tem é medo do debate de ideias. Tais observações são totalmente descabidas, deve este debate, que tem vindo a ocorrer nos ultimos meses nos jornais e televisões ser entendido como um ataque sério à democracia...Estes factos de modo algum prestigiam a democracia portuguesa, são um descrédito para a nossa jovem e insipiente democracia...Deveria fazer com que a sociedade parasse e começa-se a pensar que sociedade temos, que regime politico temos, e principalmente que politicos temos passados trinta anos do 25 de Abril de 1974...Arrisco-me a dizer apesar da minha tenra idade que não foi esta a construção de sociedade que foi pretendida...mas incompreensivelmente a sociedade vive num estado de paralesia social dificil de explicar, ou se calhar não, é evidentemente por culpa dos políticos de hoje, que se afastaram consideravelmente das pessoas, afastando também delas os problemas que são de todos...Corre-se o risco de estar-se a percorrer um caminho qualquer em direcção a um qualquer Buraco Negro. Dialogos como estes são prejudiciais para a Democracia e para o Estado de Direito e em nada dignificam a sociedade nacional
a Obcessão democrata inicia hoje funções em defesa da dita democracia.....
será que ela não estará em causa...com pessoas como os politicos actuais....